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Foto do escritor: The Relationship Design GameThe Relationship Design Game

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Segundo a autora e enfermeira de cuidados paliativos Bronnie Ware, o arrependimento mais comum nas últimas horas de vida é não terem tido a coragem de viver a vida que realmente desejavam, mas sim a que os outros esperavam que vivessem. Muitas vezes vista como um capricho, essa vontade de criar uma vida alinhada com quem realmente somos acompanha-nos ao longo da vida e é tudo, menos um mero capricho. Afinal, quem somos nós para questionar as últimas palavras dos que já partiram?


Do alto dos meus 30 anos, ainda tinha alguma esperança de que essa insatisfação fosse passageira. Mas, assim sendo, talvez seja melhor começar o mais rapidamente possível a perseguir essa tal autenticidade... Mas como perseguir algo que, muitas vezes, nem sabemos o que é? Para alguns, uma vida de trabalho das 9 às 5, um casamento monogâmico e uma vida estável é o sonho. Para outros, essa ideia é aterradora. Infelizmente, para os últimos, as coisas tornam-se mais complicadas. Enquanto que os primeiros têm um roteiro bem estabelecido, modelos a seguir e as pegadas de outras pessoas para se inspirarem, quem deseja fazer as coisas de forma diferente precisa de ser mais criativo.


Mas há que ter cuidado: o que não falta por aí são pessoas a vender a sua versão de autenticidade, seja através de viagens exóticas, práticas espirituais ou esquemas financeiros. Na verdade, ser fiel a nós próprios não implica necessariamente fazer grandes mudanças aparatosas. O simples facto de exercer liberdade de pensamento num mundo que nos impõe modos de pensar tão rígidos já é, por si só, um ato de reivindicação e coragem, e provavelmente o primeiro passo rumo a essa tal vida mais autentica.


Não é possível construir uma vida alinhada com o que queremos se não sabemos, antes de mais, o que queremos. E essa descoberta exige coragem, muita reflexão, perguntas difíceis e sentimentos desconfortáveis.


Nem sempre é preciso largar tudo e ir viver para uma ilha deserta. Podemos começar pelo que está mais próximo: nós próprios e as relações com aqueles que nos rodeiam.


Ser prisioneiro de um papel com o qual não nos identificamos é transformar a vida numa peça de teatro maçadora e interminável, tanto para nós como para quem partilha o palco connosco.


Talvez valha a pena parar um momento e reconsiderar as escolhas que fazemos. Se a vida estivesse neste momento a desenrolar-se no seu último ato, estaríamos satisfeitos com o papel que assumimos? Que escolhas poderíamos ter feito para nos aproximar da pessoa que queríamos ser e da vida que realmente desejávamos?


As relações, inevitavelmente, ocupam também elas um espaço central nesta reflexão. Talvez seja por isso que tantas pessoas se arrependem de não as terem moldado a quem realmente são, mas sim ao que era esperado pelos outros. Foi nesse espírito que criei o The Relationship Design Game, uma ferramenta para desenhar relações mais autênticas. Podes conhecer melhor o jogo AQUI.

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Foto do escritor: The Relationship Design GameThe Relationship Design Game

Neste artigo, vamos apresentar algumas sugestões de ferramentas de comunicação que podem ser utilizadas para melhorar a qualidade dos relacionamentos.



The Relationship Design Game - Yes, No, or Let's Talk?

É muito difícil alcançar e permanecer num lugar de satisfação numa relação, onde todas as pessoas envolvidas se sintam respeitadas e compreendidas, sem uma boa comunicação.


Mas comunicar não é fácil. Temos à nossa disposição uma ferramenta extraordinária: a linguagem, seja falada, escrita ou corporal. Foram necessários milhões de anos para a desenvolver, e continua a ser preciso coragem e resistência para que possa ser utilizada livremente. Mesmo para quem tem essa liberdade, a comunicação continua a ser um desafio.

Não é fácil encontrar o momento certo, lidar com a vergonha e com a culpa, ou escolher as palavras adequadas. Existe o receio de magoar, de ser magoado, de ouvir verdades difíceis ou de ser mal interpretado. Certamente, há conversas mais fáceis que outras, mas evitar estas conversas cria um desconforto crescente que, com o tempo, pode levar à rutura.


A boa notícia é que tudo melhora com a prática. Com o tempo, até as conversas mais difíceis se tornam mais leves. Aprendemos a gerir emoções, a desenvolver estratégias e, se necessário, a recorrer a ajuda de profissionais qualificados para facilitar o processo.


Se estás nessa jornada, aqui ficam três sugestões de ferramentas que te podem ajudar a estruturar conversas com as pessoas com quem te relacionas. Caso não tenhas nenhuma relação, a ultima sugestão pode ser utilizada como instrumento de auto-conhecimento, facilitando o início de novas relações no futuro, caso o desejes, de forma mais consciente.


1. Multiamory RADAR


Multiamory logo

O Multiamory é um podcast com centenas de episódios extremamente informativos que abordam uma variedade de questões relacionadas com diferentes dinâmicas relacionais, desde as monogâmicas até as não monogâmicas. Os episódios incluem pesquisas científicas, reflexões e partilha de experiências pessoais e profissionais. Além disso, oferecem ferramentas práticas para facilitar a comunicação nas relações.

Uma das ferramentas mais populares é o RADAR, uma estrutura de check-in que ajuda a avaliar a relação, identificar o que está a funcionar, o que precisa de atenção e como melhorar a conexão.


Podes explorar o RADAR AQUI.

2. Relationship Smorgasbord


Relationship Anarchy Smorgasboard

O Relationship Smorgasbord é uma ferramenta que funciona como um "buffet" de possibilidades relacionais, permitindo que as pessoas escolham, de forma consciente, o que desejam incluir na sua relação, seja ela romântica, sexual, platónica ou familiar. Baseado nos princípios de autonomia e consentimento, o Relationship Smorgasbord incentiva conversas abertas para alinhar expectativas, ajustar dinâmicas e garantir respeito mútuo. Pode ser útil tanto no início de uma relação como para revisitar e adaptar relações já existentes, reconhecendo que as necessidades e os desejos mudam com o tempo.


Podes fazer download do Relationship Smorgasbord no link abaixo:



3. The Relationship Design Game


Jogo Relacionamentos

O The Relationship Design Game é uma ferramenta interativa e dinâmica que apresenta diversos cenários e afirmações, desafiando os participantes a decidir, em conjunto, o que desejam ou não para a sua relação e a organizar as suas decisões de forma visual. O jogo questiona valores culturais intrinsecamente associados às relações e promove conversas sobre temas como exclusividade, dinâmicas familiares, finanças, honestidade e muito mais, através de 95 cartas bilingues (português e inglês). Pode ser jogado individualmente, a dois ou em grupo, incentivando a reflexão e a comunicação para criar relações mais conscientes e personalizadas.

Podes explorar o The Relationship Design Game AQUI. Espero que estas ferramentas te ajudem a melhorar a comunicação nas tuas relações!

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Defy Labels - Customize Your Relationships

Rótulos como "parceira/o/e", "amiga/o/e", "amante", ou "fuck buddy" podem parecer palavras práticas para descrever os nossos relacionamentos. Dão-nos uma sensação de estrutura, mas será que realmente capturam toda a riqueza e complexidade das conexões humanas? Ou acabamos por usá-los como uma forma de evitar refletir mais profundamente sobre essas conexões? E, se for o caso, qual será o custo a longo prazo de depender de rótulos para definir a maneira como nos relacionamos? Será possível o design de relacionamentos para além das convenções?


Rótulos: Úteis ou Prejudiciais?


Os rótulos têm várias funções. Ajudam-nos a simplificar situações complexas e a dar sentido ao que está à nossa volta, permitindo-nos categorizar rapidamente as coisas, as pessoas e os relacionamentos, e definir o que esperar de cada um. Por exemplo, chamar alguém de "namorada/o/e" sugere uma conexão íntima e "séria", enquanto "amiga/o/e" sugere uma relação mais descontraída e platónica, mesmo que, na prática, não seja essa a realidade. Embora os rótulos possam dar alguma sensação de segurança, também podem restringir a forma como nos expressamos e nos relacionamos.


Um dos problemas com os rótulos surge quando sentimos que devemos agir de determinada maneira ou quando nos sentimos impedidos de fazer o que realmente queremos, só porque isso não está em conformidade com o comportamento associado a esse rótulo.


Os rótulos trazem consigo um conjunto de expectativas. Se não questionarmos essas expectativas, corremos o risco de moldar os nossos relacionamentos com base no que a sociedade espera, em vez de nas nossas verdadeiras necessidades e desejos.


Design de Relações


Em vez de dependermos de rótulos fixos, que tal abordar os relacionamentos através dos princípios do design? O dicionário define design como "disciplina que tem por objetivo a criação de objetos ou produtos cuja forma se adeque o mais perfeitamente possível à função para que se destinam, conciliando critérios estéticos, técnicos, etc.". Aplicar esse conceito aos relacionamentos significa tratá-los como um processo criativo, moldando cada um para se ajustar às necessidades de todos os envolvidos. O design é sobre resolver problemas e melhorar a qualidade de vida de forma inovadora. Como cada pessoa enfrenta desafios e experiências diferentes, cada relacionamento merece uma abordagem única.


Aqui estão algumas dicas para começares a desenhar os teus relacionamentos:


  • Questiona as Normas Pré-definidas – A sociedade tenta impor como os relacionamentos devem ser e funcionar. Pergunta-te:

    • Estou a fazer isto porque realmente quero ou porque é o que se espera de mim? Se a resposta for "porque é o que se espera", dá-te permissão para te libertares das normas tradicionais e procurar aquilo que realmente queres (sempre com respeito e consentimento 😉).


  • Celebra a Autonomia – Cada pessoa tem necessidades, limites e preferências únicas (e isso é algo que podes descobrir a partir da comunicação!). Reconhece e respeita a individualidade de cada um, dando espaço para que a autonomia de todos prospere.


  • Abraça a Evolução – As pessoas mudam e as suas necessidades também. O que funcionou ontem pode não funcionar amanhã – e está tudo bem. Mantém a comunicação aberta e adapta-te conforme as circunstâncias mudam. O crescimento e a mudança são naturais, e achar que o relacionamento deve continuar igual com o passar do tempo pode ser irrealista.


  • Foca-te no Consentimento e no Respeito – Deixa que a comunicação aberta guie as tuas ações. Em vez de partires do princípio, pergunta:

    • Gostarias que eu fizesse isto?

    • Estarias interessado/a em fazer isto comigo?

    • Poderias fazer isto por mim?


    Não deixes que os rótulos decidam o que 'deves' fazer – procura entender as particularidades de cada pessoa.


  • Escolhe Acordos em vez de Regras – As regras são impostas, enquanto os acordos surgem de uma negociação colaborativa. Os acordos oferecem espaço para reflexão, reavaliação, compreensão mútua e respeito. Prioriza decisões conscientes, em vez do tradicional 'porque sim'.


  • Usa Rótulos de Forma Consciente (ou Não Os Uses de Todo) – Se os rótulos forem úteis para ti ou para quem te rodeia, usa-os de forma intencional. Mas se não acrescentarem valor, sente-te à vontade para os deixar de lado e aproveita a tua conexão pelo que ela é, e não pelo rótulo que tem.


Porquê Criar Relacionamentos à Tua Medida?


Porque quando te libertas do peso dos rótulos, ganhas a liberdade de construir conexões autênticas e em constante evolução, e liberta-te das normas sociais que te limitam. Além disso, essa abordagem vai ajudar-te a desenvolver uma maior autoconsciência, permitindo-te refletir sobre o que realmente valorizas.


Começa a Fazer o Design das Tuas Relações


Pronto para criar relacionamentos que reflitam o teu verdadeiro eu? Explora o que realmente funciona para ti e para as pessoas com quem te relacionas.


Para te ajudar nesta viagem, experimenta The Relationship Design Game e The Sexuality Design Game. Estas ferramentas foram criadas para te ajudar a refletir, comunicar e construir relacionamentos nos teus próprios termos. Descobre mais sobre estas ferramentas [AQUI].

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